A faculdade Dom Luciano Mendes proporciona aos alunos um “espaço aberto” para exposição de diversos temas filosóficos, bem como apresentação de artigos e projetos desenvolvidos dentro da instituição. Nesse sábado último (18/05/19) quatro alunos do terceiro ano de Filosofia, 5º período, apresentaram os seus projetos de Trabalho de Conclusão de Curso (TCC) que estão sendo desenvolvidos ao longo deste ano.
O primeiro a apresentar foi o discente Cássio Patrício, com o tema: A busca da felicidade do homem Hipermoderno.
O tema deste trabalho monográfico é a busca da Felicidade do homem Hipermoderno. Um dos objetivos desta pesquisa é investigar e analisar o tema da felicidade do homem na perspectiva hipermoderna e a partir das obras filosóficas de Gilles Lipovetsky, de modo especial a partir da sua obra intitulada “A felicidade paradoxal: ensaio sobre a sociedade de consumo”. Outro ponto que será abordado nesta pesquisa é o conceito de hipermodernidade em Lipovetsky, e quais são suas características e peculiaridades. Além disto, apresentar-se-á o tema da felicidade neste filósofo, a partir da sua relação com a sociedade hiperconsumista.
O segundo a apresentar foi o discente Gustavo Geraldo Braz, com o tema: O processo de emancipação em Frantz Fanon: Uma leitura filosófica de Pele negra, máscaras brancas.
Nesta pesquisa, interessa-nos investigar, o processo em relação ao negro, em vista de nossa própria história e todos os seus percalços. O que se pode observar na história é que o processo de dominação cultural/intelectual ocorreu e seus efeitos podem ser notados, sobretudo quando se observa que parte considerável de pessoas negras não possui acesso aos mais diversos instrumentos sociais como saúde, educação, moradia, entre outros. Os casos de racismos e injúria são noticiados não poucas vezes, fora o que não se chega até a grande mídia e não é veiculado. Do mesmo modo, também podemos perceber que as marcas do processo escravista/colonial na introjeção desse mesmo paradigma na pessoa negra. Ainda hoje, são muitas as pessoas negras que permanecem escravas não mais de seus senhores ou donos, mas do pensamento dominante que as fazem enxergar a si, a história e o tecido social com as lentes da inferioridade.
A quarta apresentação foi do discente João Pedro Silva Ribeiro, com o tema: O desespero humano como uma doença até a morte em Soren Kierkegaard.
Na obra O desespero humano, Kierkegaard demonstra que ser quem realmente se é, é o contrário do desespero. Apresenta ainda duas verdades sobre essa questão, afirmando que o desespero provém da vontade desesperada de sermos nós próprios e da vontade de não sermos nós próprios. No livro o autor trata a questão do desespero como uma doença mortal, mas não uma doença que leva à morte, no sentido de um fim para tudo, para a própria vida. Trata-se de uma doença mortal por ser a possibilidade, se integrada no âmbito da apropriação de si pela fé, de desvencilhamento do ordinário e sua condição que pode nos prender a si, fazendo-nos desesperar. O desespero na visão Kierkegaardiana é inerente ao homem em sua condição. Não é possível fugir dessa condição, restando-lhe, apenas, o próprio desespero ou a integração de seu aguilhão no âmbito do tornar-se si mesmo na empreitada da existência. Nesse sentido o que ele propõe é ousarmos sermos nós próprios, um indivíduo, pois essa questão do singular ocupa um lugar relevante em seus pensamentos, não obstante por vezes incompreendido e alvo de críticas.
Enfim, o discente Pedro Henrique Mendes Ferreira apresentou o tema de seu projeto intitulado: A liberdade como fundamento não suicida em Santo Tomás de Aquino.
Muitos foram os que discursaram sobre liberdade ao longo dos séculos, desde o nascimento da filosofia até os dias atuais. Contudo, nesse empreendimento monográfico, deter-nos-emos na perspectiva tomista acerca da liberdade, buscando compreender como a mesma se apresenta enquanto fundamento para a prática não-suicida. Dentro de um contexto hodierno em que cada vez mais os indivíduos buscam atestar sua liberdade enquanto ser, atribuindo para si até mesmo o direito sobre a vida e a morte, o pensamento do Aquinate nos possibilita uma compreensão mais justa e equilibrada acerca de tal temática. O ponto de partida para a metodologia desse trabalho será primeiramente a leitura dos dois artigos bases acerca desses temas, liberdade e suicídio, que se encontram na Suma Teológica, obra principal para esse Trabalho de Pesquisa. Para melhor estruturação de nosso Trabalho Monográfico, contaremos com 03 (três) capítulos, a saber: a liberdade e o suicídio em Santo Tomás de Aquino; a liberdade no contexto moderno; e o confronto entre a 1ª e 2ª.
Além dos colegas da própria turma, também se fizeram presentes na apresentação alunos dos outros períodos e professores da Instituição. A Faculdade parabeniza a todos pelos projetos e deseja bom prosseguimento na pesquisa monográfica a ser apresentada em novembro de 2019.
Colaboração: Os discentes
Foto: Cássio Patrício B. dos Santos