Ocorreu no dia 11 de junho de 2022, no Museu Alphonsus Guimaraens, uma manhã de interações entre o Círculo de Leitura “A terceira margem” da Faculdade Dom Luciano Mendes (FDLM) e o Clube do Livro do Museu “Casa Alphonsus Guimaraens”, de Mariana. O encontro foi motivado pelo diretor acadêmico e coordenador do curso de Filosofia (FDLM), Prof. Dr. Pe. Edvaldo Antônio de Melo e pela coordenadora do museu, Ana Cláudia Rôla Santos. No encontro foi discutido o tema “Uma relação entre a filosofia e a literatura a partir do amor e da morte na literatura de Maurice Blanchot e o poeta marianense Alphonsus de Guimaraens.
Ana Cláudia nos apresentou três poemas intitulados “Câmara Ardente” (1899), “Pastoral aos Crentes do Amor e da Morte” (1923) e “Pulvis” (1938), fazendo a relação entre a religião, o amor e a morte. Tais poemas nos apresentam a possibilidade de pensar um encontro com o futuro, deixa-nos impelir por uma dualidade cristã do ser, a saber, a vida e a morte. Citando o poeta Alphonsus de Guimaraens, Ana Cláudia nos diz que “Não temos controle dessa vida, estamos à deriva e viver é um querer sem fim”.
O Prof. Pe. Edvaldo nos apresentou uma reflexão sobre a morte a partir do escritor francês Maurice Blanchot, fazendo a devida relação com o pensador franco-lituano Emmanuel Lévinas. Em sua fala, pontuou algumas questões bem existências sobre a morte. Segundo ele, as pessoas querem driblar e camuflar a morte, a ponto de banalizá-la. Afirmou também que, cada vez mais tem se tornado um tabu falar sobre a morte. E no final, nos deixou a seguinte a provocação a partir do poeta Maurice Blanchot: “Como se dá a experiência da escrita e a arte de morrer”? Recordando de modo simbólico a figura de Lázaro, afirmou que se trata de um movimento existencial, pois “toda vez que abro um livro e leio, ressuscito um Lázaro em mim”.
Em entrevista com a Ana Cláudia, a responsável por abordar o tema da morte nas obras de Alphonsus Guimaraens, destacou a importância da relação entre a FDLM com as instituições marianenses, que transmitem a cultura popular e estreitam os laços entre as áreas da Filosofia e a literatura pois, ambas devem caminhar juntas na formação intelectual de cada pessoa.
Em entrevista com o discente Robson Oliveira, expressou a seguinte frase a partir do encontro: “A morte nos coloca em movimento”. E continuou: “Digo isso, pois a partir de uma análise literária e posteriormente filosófica, nos colocamos a pensar o quanto este tema é tão antigo, quanto atual. E ainda como é considerado um tabu. Não se reflete mais sobre a morte. Se a reflexão acontece somos tidos como doidos”.
Encerramos nossa visita ao Museu Alphonsus Guimaraens com um grande incentivo para a leitura e a escrita, procurando interagir a experiência literária e filosófica na quotidiano da vida.
Crédito do texto: Paulo César M. Gardingo, discente do primeiro período, Bacharelado em Filosofia da FDLM;
Fotos e entrevista: Fabrício Gomes P. Júnior, Lucas Antônio de Souza, Mateus José de Souza, discentes do primeiro período, Bacharelado em Filosofia da FDLM;