23/05/2025 FDLM abre o XXII Simpósio Filosófico-Teológico, com o tema “280 anos de criação da Arquidiocese de Mariana: bens culturais da Igreja – salvaguarda, conservação e proteção”
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Na noite de 21 de maio de 2025, quarta-feira, às 19h30, deu-se início ao XXII Simpósio Filosófico-Teológico, realizado pela Faculdade Dom Luciano Mendes (FDLM), pela Arquidiocese de Mariana e pelo Seminário Arquidiocesano São José, com o apoio do Conselho de Arquitetura e Urbanismo de Minas Gerais (CAU/MG), como parte do Projeto Memória, iniciativa que busca retomar e valorizar a história da primeira Igreja particular de Minas Gerais. Com o tema “280 anos de criação da Arquidiocese de Mariana: bens culturais da Igreja – salvaguarda, conservação e proteção”, este evento tem o objetivo de contribuir para a valorização, promoção e salvaguarda dos riquíssimos bens materiais e imateriais da Primaz de Minas, em sua importância histórica, artística, cultural e, principalmente, religiosa.

O simpósio foi iniciado pela solene abertura, no prédio do Seminário Maior São José, que contou com a mesa composta pelo Diretor Geral da FDLM, Me. Pe. Euder Daniane Canuto Monteiro, pelo Reitor do Seminário São José, Pe. Sérgio José da Silva, pela Vice-Presidente do CAU/MG, Ana Paula Costa Andrade, pelo presidente do IEPHA, Dr. João Paulo Martins, pelo representante do IPHAN em Mariana, Adenilton Marinho, e pela Vice-Prefeita de Mariana, Sônia Azzi. Também várias outras autoridades eclesiásticas e civis ligadas à área da preservação do patrimônio histórico se fizeram presentes, e a ausência do Exmo. Rev.mo. Arcebispo de Mariana, Dom Airton José dos Santos, foi justificada por questões de saúde. O evento foi oficialmente aberto pela palavra de abertura do Diretor da FDLM, Pe. Euder, seguida por palavras das demais autoridades. Pe. Euder pediu ao Pe. Edvaldo Antonio de Melo, Diretor Acadêmico da Faculdade e Coordenador do Curso de Filosofia e também organizador do evento, para apresentar a motivação e os objetivos do respectivo simpósio, que em suas palavras destacou a importância deste evento para a Arquidiocese de Marina na comemoração de seus 280 anos. Pe. Edvaldo agradeceu também o apoio da CAU/MG e a presença importante do empenho da arquiteta Sandra Fosque na organização do Simpósio, e disse que um dos objetivos e ações a serem implementadas, como resultados do Simpósio, é a publicação de um manual dirigido a membros das comunidades  que zelam pelos bens culturais e padres responsáveis pela manutenção dos edifícios e obras de arte, através de rotinas de inspeção e cuidados básicos com o acervo, considerando a prevalência da conservação sobre a restauração.

Em seguida, deu-se início à primeira conferência do evento, intitulada “A importância do patrimônio religioso em Minas Gerais” e apresentada pelo Prof. Dr. Luiz Antonio da Cruz (EAU – UFMG), especialista em Artes, Letras e na conservação do patrimônio histórico e artístico. Sua apresentação destacou aspectos históricos de Minas Gerais e da legislação referente à preservação do patrimônio, passando – de modo especial – pelo recorte temático das representações da Santíssima Trindade e do Divino Espírito Santo, com enfoque nas obras de arte espalhadas pelas cidades históricas de Minas Gerais. O professor ressaltou a sofisticação artística e a riqueza cultural, histórica, teológica e espiritual dessas representações, bem como alertou para o risco aos bens culturais devido a intervenções danosas e vandalismo.

O conferencista também destacou a importância dos bens religiosos materiais e imateriais para as comunidades de fé, que vivem de fato uma profunda relação de devoção e veneração ligada a essas obras de arte. Por fim, Dr. Luiz da Cruz respondeu a perguntas e provocações da assembleia, de modo a realçar como são necessários um diálogo interdisciplinar, a valorização da religiosidade e espiritualidade e a reflexão acerca dos problemas e, infelizmente, das tragédias relacionadas à perda do patrimônio, a exemplo do desabamento, em 2025, do forro da igreja de São Francisco de Assis em Salvador.

O professor conferencista também nos cedeu uma breve entrevista a respeito dos desafios da preservação dos bens culturais da Igreja. Parabenizamos o professor por essa conferência tão rica para todos nós e fizemos a seguinte pergunta: quais são os maiores desafios hoje na promoção da consciência de se preservar o patrimônio histórico e religioso na sociedade?

Prof. Dr. Luiz Antonio da Cruz: “Foi um grande prazer participar desse simpósio, e já registro: parabéns para a Arquidiocese, pela organização do simpósio. Nós temos muitos desafios. Eu acho que um grande desafio é enfrentar a falta de recursos, porque os bens religiosos, as igrejas, as capelas, os bens móveis e imóveis são vastos e, infelizmente, o Ministério da Cultura tem disponibilizado poucos recursos para a manutenção disso. Torna-se um desafio fazer essa manutenção. Nós precisamos de muita criatividade para fazer com que isso seja conservado”.

Créditos do texto: Vítor Alves Rodrigues e Silva, discente do 3º período da graduação em Filosofia pela Faculdade Dom Luciano Mendes (FDLM).

Fotos: André Rodrigues Marques –  discente do 3º Período e  Thalles Andrade Torres –  discente do 1º Período da graduação em Filosofia pela Faculdade Dom Luciano Mendes (MG).