O teatro e a música no Seminário de Mariana foram temas do encerramento do Simpósio Filosófico-Teológico, no último dia 27 de fevereiro. À ocasião, os Grupos de Trabalho (GTs) de Teatro e Música Sacra, do projeto “Memória”, apresentaram, respectivamente, sobre “O teatro da formação no Seminário de Mariana” (GT 8) e “A música no Seminário de Mariana nos seus 270 anos de história” (GT 3), sob a coordenação da professora organista Josinéia Godinho.
Durante as apresentações, evidenciou-se como o teatro e a música sempre estiveram presentes no cotidiano do Seminário, que completou 270 anos em 2020, sendo um aspecto de grande relevância para a formação. O evento foi promovido pela Faculdade Dom Luciano Mendes (FDLM), em parceria com Instituto Teológico São José (ITSJ) e com o apoio da Arquidiocese de Mariana, aconteceu na modalidade on-line e contou com vários participantes também da comunidade externa.
Segundo o discente da FDLM e integrante do GT 8, Bruno Garcia, nos últimos anos, foram catalogadas 34 peças produzidas e apresentadas pelos seminaristas. “A forte presença da arte no projeto formativo ainda traz relevo à responsabilidade da instituição de formar homens atentos e sensíveis com a realidade na qual estão inseridos, como apontam as diretrizes para a formação de presbíteros no Brasil: ‘faz parte do cotidiano formativo a educação da sensibilidade mediante a experiência do belo. As artes suscitam o espírito criativo e sugerem transcendência. Nos caminhos de Deus está a beleza’”, disse ao citar as Diretrizes para a formação dos presbíteros da Igreja no Brasil da CNBB.
Por sua vez, o GT 3 do projeto “Memória” tem como objetivo mostrar a importância que o Seminário de Mariana exerceu em Minas Gerais, com destaque também no contexto musical brasileiro e internacional pela grande contribuição prestada por seus compositores e seus acervos para a história da música. Segundo a professora Josinéia, acervos de renome como os do Museu da Música de Marina, da Casa do Pilar e do Museu da Inconfidência, entre outros, lançam uma luz sobre a imensa tradição e riqueza da atividade musical nesta região desde o século XVIII até os nossos dias.
“Foi um privilégio poder descobrir mais sobre as atividades musicais do seminário nos seus 270 anos. Poder refletir sobre as relações entre a instituição e a atmosfera musical da, então, recém-criada Diocese de Mariana, tanto pelo fato de toda uma geração de músicos da Catedral ter sido de Clérigos, como também porque muitos músicos de boa formação na região tomaram as ordens religiosas para servir na Sé de Mariana”, relatou Josinéia.
Para ela, o mais fascinante nos trabalhos realizados foi ter conseguido um olhar privilegiado para a vida musical do Seminário a partir do século XX por meio da riqueza do acervo musical: tanto o do Museu da Música de Mariana, quanto o da Casa da Teologia. “Preciosos não só por nos mostrar a diversidade de repertório e também dar-nos uma pequena mostra das habilidades dos grupos musicais da instituição, mas também importância deles na história da Música da cidade”, enfatizou a organista.
“Para nós que, nos últimos anos, estamos procurando levar adiante esta riquíssima tradição iniciada há séculos, fica a grande responsabilidade de honrar aqueles que fizeram parte desta história e fazer o nosso melhor para inspirar os que vierem depois de nós, pontuou Josineia sobre a importância do trabalho desenvolvido pelo GT 3 que incluiu também a realização de entrevistas.
Após as apresentações, o Diretor Acadêmico da FDLM e coordenador do “Projeto Memória”, padre Edvaldo Antonio de Melo, agradeceu a todos que se empenharam na organização do Simpósio, destacando a importância da pesquisa para a vida formativa. Segundo ele, conhecer a história do Seminário é condição para amar ainda mais a nossa Arquidiocese, o Seminário e a Faculdade Dom Luciano Mendes, que é filha desta instituição quase tricentenária.
* Com a colaboração do padre Edvaldo Antonio Melo
Veja também como foi a apresentação dos outros Grupos de Trabalho.
Confira na íntegra como foi o encerramento do evento: